Ela andava tão absurdamente cansada, que é como se o seu corpo estivesse implorando pelo fim...
e foi o que ela o deu, se deu, proporcionou a si a unica coisa que a faria melhor, ou que faria com que ela não fosse mais nada... foi bem simples e indolor, como a maioria das mulheres preferem, são românticas, ou cortam os pulsos ou se envenenam. Ela por prazer, na verdade por impaciência, fez os dois, se entupiu de todos os comprimidos que achou, anti-depressivos, analgésicos, remédios para pressão, mas não esperou que só eles fizessem efeito. Pegou o canivete tão estimado do pai, que estava em seu poder, e fez dele util para ela, pelo menos uma vez na vida (no fim de sua vida), os remédios a anestesiaram, fizeram ela ver tudo girar, tudo cair, ter uma sensação de loucura, desejar o que aquela altura ela não poderia mais ter, sequer sentiu dor ao se cortar com aquele canivete (pela sensação de anestesia), que tanto já a tinha feito brigar com o pai.
Aquela criatura estressada, que só sabia a culpar de tudo, inclusive dos malditos sumiços, daquele maldito canivete, mesmo que ela só entrasse naquele 'sagrado' quarto, pra arrumar antes que ele voltasse (mesmo que ele nunca notasse, ou se sempre reclamasse de algo), ou para pegar algum livro (o que ele achava que ela fazia para 'impressioná-lo',que era algo que ela não precisaria fazer,tinha muito mais 'armas' para o deixar impressionado do que ele poderia imaginar, agora elas já não fariam diferença).
E sua mãe?! se sentira eternamente culpada, quando viu aquela cena quase morreu, deu um grito de dor, e correu para cima da linda (e agora sem dor ou vida) garota deitada no chão, como tanto gostava de ficar, e ao seu redor, fotos de amigos ausentes, e algumas cartas, e outras coisas mais.
Quem ouviu o grito daquela mãe tão desesperada foi o pai da garota, que sequer apressou-se, pois achou que era só a mulher dando algum ataque de histeria. Porém, ao chegar a porta daquele quarto, teve o maior choque de sua vida, viu sua mulher, abraçada com sua filha cheia de sangue, no chão, e ao lado, aquele canivete...


Nenhum comentário:
Postar um comentário